É INDICIADO POR TRAGÉDIA NO
NINHO DO URUBU
Polícia também indiciou outras sete pessoas
pela morte de dez jovens atletas no incêndio
que atingiu os alojamentos
Eduardo Bandeira de Mello ex-presidente do Flamengo
A polícia do Rio indiciou o
ex-presidente do Flamengo,
Eduardo Bandeira de Mello,
e mais sete pessoas pela morte
de dez jovens no incêndio em
fevereiro, no Ninho do Urubu.
O ex-presidente do Flamengo
Eduardo Bandeira de Mello foi
indiciado por dez homicídios com
dolo eventual - quando se assume
o risco de matar - e também por
14 tentativas de homicídio.
Na madrugada de 8 de fevereiro
de 2019, 24 adolescentes da
equipe de base do clube dormiam
nos contêineres que pegaram fogo.
O inquérito concluiu que esses
contêineres não poderiam ser
usados como dormitórios. Laudos
apontaram que eles tinham
problemas estruturais e elétricos,
e que os aparelhos de
ar-condicionado não recebiam
reparos.
Além disso, o Flamengo descumpriu
a ordem de interdição do Centro de
Treinamento feita pela Prefeitura do
Rio, em 2017, por falta de alvará de
funcionamento e certificado de
aprovação do corpo de bombeiros.
O delegado Márcio Petra de Mello
diz que “não é crível” que o
ex-presidente do clube “tivesse
deixado de tomar conhecimento
da interdição do Centro de
Treinamento e dos autos de infração”,
e que ele preferiu “ignorar as
determinações que, caso tivessem
sido atendidas, teriam poupado as
vidas dos jovens atletas”.
A polícia também indiciou outras sete
pessoas pelos mesmos crimes: dez
homicídios com dolo eventual e 14
tentativas de assassinato. O monitor
do Flamengo, Marcus Vinícius
Medeiros, que não se encontrava nos
dormitórios na hora do incêndio, como
deveria. Dois engenheiros do Flamengo:
Marcelo Sá e Luis Felipe Pondé. Três
engenheiros da NHJ, a empresa que
construiu os contêineres: Danilo da Silva
Duarte, Weslley Gimenes e Fábio Hilário
da Silva. E ainda o técnico em refrigeração
Edson Colman da Silva, responsável pela
Colman, empresa que fazia a manutenção
dos aparelhos de ar-condicionado dos
alojamentos.
O laudo dos peritos apontou que o
incêndio começou no motor do
ar-condicionado do quarto número seis,
depois de um curto-circuito. Muitas
chapas metálicas que revestiam os
contêineres tinham espuma de
poliuretano injetado, um material
altamente inflamável. Os investigadores
concluíram que essa espuma foi um dos
fatores determinantes para o incêndio e
para as mortes dos dez atletas por
queimaduras e asfixia.
Na noite da tragédia, três jogadores
também ficaram feridos, onze
conseguiram escapar. O inquérito já
está nas mãos do Ministério
Público do estado.Eduardo Bandeira
de Mello disse que ainda não teve
acesso à íntegra do inquérito,
mas que está com a consciência
tranquila e que confia na justiça.
O Flamengo também declarou que
não teve acesso ao relatório policial
e, por enquanto, não vai se manifestar
sobre o indiciamento de seus
funcionários.
A NHJ, que construí os contêineres,
afirmou que a perícia está incompleta,
que a conclusão do inquérito neste
momento não esclarece o caso e que
confia na inocência de seus funcionários.
O Jornal Nacional não conseguiu
contato com o técnico em refrigeração
Edson Colman da Silva.
Fonte:G1.Com
0 Comentários